Resenha: O Circo Mecânico Tresaulti

Ah! Como é bom voltar a resenhar! Melhor ainda é finalizar um livro. E daqueles que te deixam um sentimento esquisito.

Explico.

O escolhido foi um presente de Natal. Paixão à primeira vista. Porque, quem não se abala por esta capa? É daqueles livros que você nunca ouviu falar, mas olha para ele e pensa: pode uma capa tão linda assim conter uma história que valha a pena?

O livro

O Circo Mecânico Tresaulti, cujo título original é “Mechanique: A Tale of the Circus Tresaulti”, foi escrito por Genevieve Valentine (2011) e traduzida ao português por Dalton Caldas (2013). Minha edição é a capa dura em alto relevo, Edição Limitada da DarkSide, de 2016. Além do ótimo trabalho de capa, contém ilustrações interiores (Wesley Rodrigues, 2013) e vem com fita marcadora de página e um marcador extra de formato bem diferente dos comuns. Um verdadeiro regalo!

A dificuldade maior é o tema: circo. Quem me conhece sabe que não sou muito fã. Só que a curiosidade foi maior que a falta de interesse.

A sinopse oficial diz (sem spoilers):

Respeitável público, o Circo voltou!
Num mundo pós-apocalíptico, onde as pessoas não tem mais acesso à tecnologias de ponta, uma caravana circense leva esperança por onde passa. Os artistas são sobreviventes de guerra, que tiveram seus corpos mutilados reconstruídos com complexas estruturas mecânicas.

Ao começar a ler, tive a sensação de estar entrando no mundo de Stephen King, personagens estranhos, tempos esquisitos, histórias sinistras, que invocam a imaginação e te mantêm em suspense; porém mais romantizado.

As narrativas são curtas e vagas, pequenos parágrafos. Às vezes em primeira pessoa, apresentando a visão de Little George, o único que se mostra desta forma; a maioria das vezes em terceira pessoa, mesmo quando do ponto de vista de outra personagem. Quando, em alguns momentos, apenas duas personagens se interagem, a autora os trata apenas de “ele” e “ela”, o que pode causar uma pequena confusão se a leitura for feita displicentemente.

Confesso que fiquei desanimada no início, demorei a entender qual era o sentido da história e me senti enfadada. Pesquisei um pouco e percebi que outras pessoas tiveram a mesma sensação e que o estilo da autora incomodou alguns. Tanto que a obra não é uma unanimidade. Nenhuma é.

Fato que persisti e não me arrependi. Quando percebi, estava ansiosa por mais um capítulo. Mesmo sendo pequeno, apenas 320 páginas, o que daria para ler em um final de semana, ainda mais com feriados, estava em período de provas. O jeito foi aproveitar para ler pequenos trechos antes de dormir. E assim, a ansiedade só aumentou.

Sinto-me atraída pela complexidade e o sofrimento das personagens. Fui arrebatada pela necessidade de saber de onde vieram e para onde estariam seus integrantes. Difícil dizer mais sem revelar a história.

Ao fim, ficou a vontade de relê-lo, agora compreendendo todo o estilo desde o começo. Estou aqui, olhando para o livro e pensando se seria melhor aguardar um pouco mais, até que esse sentimento confuso passe, ou aproveitá-lo. É tão difícil decidir.

A autora

Genevieve Valentine, americana nascida em 1981, é escritora de ficção científica e fantasia. Seu primeiro romance foi “O Circo Mecânico Tresaulti”, vencedor do Crawford Award 2012 e indicado ao Prêmio Nebula. Dentre os diversos trabalhos realizados, destaca-se como escritora de “Catwooman” para a DC Comics.

Pesquisando um pouco mais, encontrei esta animação tão fantástica quanto a bela edição da DarkSide.

Animação por DarkSide Books

Minha nota? Pelo início um pouco confuso:4 estrelas

Uma consideração sobre “Resenha: O Circo Mecânico Tresaulti”

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